quinta-feira, 9 de novembro de 2017

AFRICANIDADES: POR QUÊ E PARA QUÊ?



Zumbi Dos Palmares
Maria Dos Reis - 15 De Novembro De 2010

Fui escravo! Negro.
Com meu sangue
Fecundei a terra.
As minhas lágrimas
Fizeram brotar sementes!

Sementes de sonhos!
Que jamais morrem
Sonhos... Sonhos...
Os mesmos direitos...
O mesmo tratamento.
Gente.  Sem tanto sofrimento.

Não vim para cá porque quis.
Trouxeram-me.
Escravizaram meus filhos...
Minha raça... Mataram minhas raízes.
Tornaram-me infeliz...
Bicho... Preso ao tronco de tortura
Das grandes fazendas.

Apanhei...  Sofri... Fugi.
Arrebanhei... Convenci...
Era mercadoria de compra e venda
Mandaram perseguir.

Escondi...
Corri...
Morri,...
Mas meu sonho de liberdade
Novamente brotou:
Consciência... Não importa a cor.
Direito.
Igualdade...

Um voo para o nada, sumi.
Mas o nome que não morre
Ecoa por todo o País:


Z U M B I I I I I I I !   Z U M B I I I I I I I !   Z U M B I I I I I I I !

Retrato: Eu
Maria Dos Reis

Nasci negra, com muito orgulho.
Neta de ventre livre,
Ditos não escravos, mas negra!

Pele negra, cabelos? Um dia foram negros também.
Olhos da cor da pele.
Mas o coração igual a todos sem distinção,
Brancos índios, amarelos e negros,
Como eu.

Minha alma...
Minha consciência?  Negra e daí?
Fui capaz, sou capaz e serei capaz.

Minha pele é negra.
Minha inteligência é negra não desbota,
Minha capacidade não embota,
Sou negra sim, com muito orgulho,
Sou filha desse solo!

Jamais precisei de cota.

Preconceito?
Não permito a ninguém, não aceito.
Nem aos tribunais.
Sou igual a todos após a pele.

Sangue vermelho,
Carne vermelha, às vezes dorida,
Mas minha cabeça, mantenho erguida.

Alma branca?
Coisa de racista.
Alma não tem cor, sexo ou raça.
É só um reflexo do eu
Chamado consciência.

Minha alma é da cor
De uma alma comum;
Independe da minha epiderme cor da noite.
Ela é apenas um espaço de amor, essa é a sua cor.

A minha alma sou eu.
Meu caminhar, meu caráter,
Minha obrigação, meu compromisso.
Minha solidariedade,


Meu respeito ao próximo.

Minha alma ou consciência,
Não importa crença, branca ou negra.
Ela é meu retrato.
Sou eu e toda minha história.
                                            
Maria Reis
Pedagoga do 1º Turno da Escola Municipal Raul Saraiva Ribeiro.

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