quinta-feira, 28 de março de 2019

O RAUL DIALOGA EM POESIAS


O RAUL DIALOGA EM POESIAS
 
  
As poesias declamadas nos varais do Raul é uma certeza de que o leitor perceberá os frutos de sua vivência na escola, de suas raízes entrelaçando às árvores que lá contam suas histórias. São versos que se assentam numa clientela de singularidade indizível que com rara beleza encantam ao traduzir seus sentimentos e conhecimentos compartilhados com “mestres” em sala de aula.

São poemas que cantam a premência da infância de cada um, do despertar para uma vida dinâmica traduzida em sentimentos e ritmos. A identidade de cada aluno do Raul recontada em seus esboços, suas perspectivas, a formação do caráter, sobretudo, a valorização do espaço que ocupam com dignidade e beleza no fazer.

Eis o Raul, onde os mestres vestem a camisa, sedentos de novos projetos que transcrevem suas almas poéticas, a evidência de que obstáculos estruturais não apagam a intimidade do encontro de si mesmo.

Começam se revelar a doçura de sentimentos de seus subconscientes e quando esses varais estampam e dialogam com a natureza exposta de nossa escola é a beleza pura que aflora, a busca da certeza de que o ser humano é bom e capaz de viajar além da conta.
 
São palavras que se destinam a mostrar esses pequenos que amam, vinculados num vocabulário simples e rico na revelação de sua sutileza abrangente.

É um despertar de uma manhã ensolarada, onde todos os tons ecoam do Raul nas vozes dos mestres, da comunidade, dos estudantes num apalpar mavioso de sentidos e de reconhecimento através do trabalho dessas mulheres que fazem “JUS” aos varais da sabedoria em todo tempo que permitem.

Raul Cinquentas Anos – 1969/2019

 

O LIVRO

Livro Canto Da Terra – Identidades ( Lázaro Mariano)

 
Uma marcação do astro luminoso

Rastreando as veias escritas

De um par de vidas volumoso,

Palavras sonoras, lidas e ditas.


Paginava mastros de uma embarcação,

Dilatava pupilas de imaginação,

Sorria aos meus olhos a fantasia,

Buscava cada pedaço de um coração.

 
Ele vagava-me totalmente

Reluzente, em páginas quilometrais,

Acuado ao cheiro de folhas amarelas,

Bramando a brisa fresca de um cais.


Capa dura que protege o brilho,

Qual a tartaruga, lento na memória.

Eu lá rastreando num copo de vinho,

Pedalando as horas de minha estória.


Devo buscá-lo ainda que eternamente,

Na música, no atalho de meu sofrimento,

Dormindo em números ou palavras calmas.


Partindo abstrata ou logicamente,

Se a vida não quer, definidamente,

Eu repouso firme e deleito a alma.

 

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