O RAUL DIALOGA EM POESIAS
As
poesias declamadas nos varais do Raul é uma certeza de que o leitor perceberá
os frutos de sua vivência na escola, de suas raízes entrelaçando às árvores que
lá contam suas histórias. São versos que se assentam numa clientela de
singularidade indizível que com rara beleza encantam ao traduzir seus
sentimentos e conhecimentos compartilhados com “mestres” em sala de aula.
São
poemas que cantam a premência da infância de cada um, do despertar para uma
vida dinâmica traduzida em sentimentos e ritmos. A identidade de cada aluno do
Raul recontada em seus esboços, suas perspectivas, a formação do caráter,
sobretudo, a valorização do espaço que ocupam com dignidade e beleza no fazer.
Eis
o Raul, onde os mestres vestem a camisa, sedentos de novos projetos que
transcrevem suas almas poéticas, a evidência de que obstáculos estruturais não
apagam a intimidade do encontro de si mesmo.
Começam
se revelar a doçura de sentimentos de seus subconscientes e quando esses varais
estampam e dialogam com a natureza exposta de nossa escola é a beleza pura que
aflora, a busca da certeza de que o ser humano é bom e capaz de viajar além da
conta.
São
palavras que se destinam a mostrar esses pequenos que amam, vinculados num
vocabulário simples e rico na revelação de sua sutileza abrangente.
É
um despertar de uma manhã ensolarada, onde todos os tons ecoam do Raul nas
vozes dos mestres, da comunidade, dos estudantes num apalpar mavioso de sentidos
e de reconhecimento através do trabalho dessas mulheres que fazem “JUS” aos
varais da sabedoria em todo tempo que permitem.
Raul
Cinquentas Anos – 1969/2019
O LIVRO
Livro Canto Da Terra –
Identidades ( Lázaro Mariano)
Uma
marcação do astro luminoso
Rastreando
as veias escritas
De
um par de vidas volumoso,
Palavras
sonoras, lidas e ditas.
Paginava
mastros de uma embarcação,
Dilatava
pupilas de imaginação,
Sorria
aos meus olhos a fantasia,
Buscava
cada pedaço de um coração.
Reluzente,
em páginas quilometrais,
Acuado
ao cheiro de folhas amarelas,
Bramando
a brisa fresca de um cais.
Capa
dura que protege o brilho,
Qual
a tartaruga, lento na memória.
Eu
lá rastreando num copo de vinho,
Pedalando
as horas de minha estória.
Devo
buscá-lo ainda que eternamente,
Na
música, no atalho de meu sofrimento,
Dormindo
em números ou palavras calmas.
Partindo
abstrata ou logicamente,
Se
a vida não quer, definidamente,
Eu
repouso firme e deleito a alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário