O FAROL DE MONHEGAN ENCHEU DE
LUZ NOSSA ESCOLA...
Como
se interpreta uma música no palco, como se lê uma poesia com apropriação da
obra sem tomar posse, há possibilidades infinitas de reconhecer um bom trabalho
através de releituras – uma homenagem ao artista da obra.
O farol de Monhegan encheu de
luz nossa escola...
Parabéns professora Vania pela
belíssima releitura da obra de Anitta Mafaltti!! (Juliana Melo)
A
Professora Vânia da Escola Raul despiu-se das razões que o conhecimento nos
impõe e fez-se compreender junto aos estudantes a leitura da obra de Anitta
Malfatti.
Olhar
novamente e observar diversas vezes tem uma tonalidade diferente do que seja
apenas a reprodução. Segundo Vânia, é preciso exercitar a criatividade.
A
releitura nos permite utilizar outras formas de expressão artística como o
desenho, a escultura, a fotografia ou a colagem. Vânia usou desses recursos
para criar algo novo acessível a todo segmento da escola. Com a criação de um
experimento novo a Professora de Arte abraça a fonte de inspiração e retorna esta ação em reflexão da prática,
não para ela mesma e os seus parceiros de trabalho, mas num contexto
político-pedagógico que mantem o vínculo de criação latente na escola.
Este
trabalho “O FAROL DE MONHEGAN” encheu de luz nossa escola e clareou nosso
caminho. Que fosse observando de longe ao deslocar de uma sala para outra, no
contato direto com a nova obra e sua exposição quarando às árvores e o chão
batido daquele espaço no Raul.
O
conhecimento prévio do trabalho e da obra de Anitta, permitiu que Vânia se
transportasse à época em que a artista viveu, trazendo aos estudantes, sua
biografia, os artistas em que se inspirava, aqueles de seu tempo, a técnica
utilizada e muitos apetrechos dos alfarrábios da Professora colecionados ao
longo de sua formação acadêmica e no saber cotidiano.
Como
no caso de grandes artistas, o professor que usa desse processo, vê-se na
prática do outro e conforme o que dizia Paulo Freire, vai revendo a sua. Uma
forma de homenagear seus mestres e consequentemente trazem à tona uma discussão
aprofundada do assunto com um valor educativo subsequente.
A composição O Farol, obra da
pintora Anita Malfatti, situa-se entre as suas obras mais conhecidas, apesar de
suas discretas dimensões: 46,5 x 61 cm.
A tela foi pintada na ilha de
Monhegan, entre 1915 e 1917, na costa leste dos Estados Unidos, ao ar livre,
quando Anita foi aluna do professor Homer Boss, que permitia que seus alunos se
expressassem com liberdade, espalhando-se pelo local. Anita retrata o farol da
ilha e as casinhas próximas a ele. A pintora traz à tona, nesta obra e em
algumas outras, as influências expressionistas aprendidas durante o tempo em
que passou estudando na Alemanha. Ela distribui sobre a tela uma infinidade de
cores fortes e vibrantes, que repassam um grande dinamismo, como era o estilo
expressionista também usado por pintores como Vincent Van Gogh. O céu de O
Farol traz uma infinidade de cores, destacando as pinceladas enérgicas e
ligeiras da pintora, que passam a sensação de certa agitação, embora embaixo
reine tranquilidade. As pinceladas de cor branca levam luminosidade ao céu da
pintura. A obra “O Farol” faz parte do Acervo da Coleção Gilberto
Chateaubriand, MAM, Rio de Janeiro, Brasil
Vânia,
Professora sem alardes, sobre o tronco daquela árvore histórica, foi preparando
a exposição com as turmas do 6º A, B, C e D através da “RELEITURA DO
QUADRO: O Farol de Monhegan” de Annita
Malfatti.
Assim como Anitta, “Pintávamos
na ventania, ao sol, na chuvarada e na neblina. Eram telas e telas. Era a
tormenta, era o farol, eram as casinhas dos pescadores escorregando pelos
morros, eram as paisagens circulares, o sol e a lua e o mar..” Vânia e
estudantes foram se envolvendo embaixo à sombra, sobre aquele chão batido e a
luz do sol circundando a aura de seu trabalho.
A
exposição não foi feita numa ilha, mas tal como se caracteriza este nome o trabalho
não ficou isolado, todavia apontando o sentido de olhares curiosos no espaço
central da Escola Raul. Como fosse Anitta, a Professora Vânia foi fazendo ao ar
livre, o que lhe permitiu a expressão dos estudantes com liberdade e assim se
espalhando ao entorno daquela frondosa de tempos.
O
céu do dia quarado de cores, destacaram este trabalho magistral a pinceladas de
estilo, caráter, um trabalho denso e cheio de energias rebuscando a alma num
tocar de luminosidade e referência para outras perspectivas.
A arte é o ar...(Trabalho do Designer Gráfico Guilherme Aguiar - Técnico de Biblioteca na Rede de Betim)
"A arte existe porque a vida não basta."
Nenhum comentário:
Postar um comentário