segunda-feira, 2 de outubro de 2017

ENCANTADOS - "II ENCANTA RAUL"


"E um avião caiu no centro da Quadra de Esportes da Escola Raul Saraiva..."

Segundo Paulo Freire, o estudante precisa aprender a ler o mundo para poder transformá-lo. Em 30 de setembro de 2017, na Escola Municipal Raul Saraiva Ribeiro, um piloto “caiu” com seu avião bem no centro da quadra de esportes. 

Crianças de todas as cores e robustas de culturas diversas foram encontradas ali, vívidas e envolventes. Estas crianças não vinham de um planeta distante, é que a gente pisa em cima dele o tempo todo e quase não tem tempo de perceber a magnitude de seus talentos. Mas o "RAUL” arruma tempo... Que tempo proveitoso e indescritível!

Em nosso tempo de convivência com aquele “piloto” repensamos sobre o valor do artista e nos enveredamos nas diferenças de cada um com seus valores e o sentido que manifestam pela vida.

Que dia mágico, sensível, comovente... Um ambiente de trabalho formal? Que nada! Estávamos todos envolvidos numa literatura universal de uma releitura colaborativa, coletiva... Como não voltar pra casa feliz?



A Escola transbordava sentimentos, não havia adulto que não se comovesse! Contudo, o célebre piloto do avião se aportou em seu espaço da quadra e também foi descrevendo sua alma, seus romances, suas guerras, suas viagens... E a comunidade escolar se emocionando e aprendendo junto.

Não foi no deserto, não teve pane, nosso pouso não foi forçado, mas o reino era de verdade, esbaldado de pequenas princesas e príncipes de todo tamanho.

O piloto se manteve acordado o tempo todo e aqueles príncipes e princesas     desenharam, pintaram e, consequentemente, somando ao trabalhado “denso de amor” de Éden, Ana Paula e Adriana, deram vida à releitura de obras de artistas renomados de nosso universo.

Quando a gente via cada tela da “VERNISSAGE”  - RELEITURA DE MAURÍCIO DE SOUZA iluminando o “auditório” de nossa Escola sentíamos como um piloto a conhecer melhor aqueles pequenos na busca de um entendimento de como chegaram e de onde vieram.

Fomos viajando outros planetas até alcançar perto da pracinha, próxima a quadra, um “RELÓGIO SOLAR” e uma professora agarrada em sua rosa naquela aventura de fazer-nos sentir vaidosos, em transido, como homens de negócio, como geógrafos a escrever a Terra, acendendo nossas lamparinas e guiados por um clarão de sabedoria e vontade de voar.

Ao lado da Biblioteca, a Krisnna abrindo interesse pelo planeta disposto em paisagens e costurando o “Reino de Maurício de Souza”.

A magia de todo aquele trabalho fez-nos entender o movimento de estrelas que se transformavam em cobra, raposa... E nosso piloto não se esgotava, a água que caía sobre o teto também lambia nossas cabeças, muito mais que oito dias a nos virar dosando o tempo e eternizando o prazer da vida.

Ah! “ O Reino Encantado de Raul” naquele dia, não foi preciso exigir de cada um o que poderia dar. A autoridade de seus talentos bebia na razão e se transportava em sentimentos de ordenar trabalhos, a navegar em saberes, numa onda de TERAPIA DE CORES para maiores.  Fomos afogando no mar de Marlon e Lorena com o direito de exigir obediência de nossas sensações de pintar o mundo sonoro.



O coletivo dessa Escola consegue surpreender e revolucionar a leitura do dia, da noite, de um tempo em que o Estado busca personagens, ironicamente nosso planeta inundado de criações.

A criação de um personagem na releitura através do TEATRO DE RUA por pequenas princesas e príncipes do planeta da manhã, e o planeta da tarde respondendo a esta luminosidade através do MUSICAL – “O Pequeno Príncipe no Reino de Maurício de Souza”.

Robby Love conseguia através de seu próprio nome expressar tudo que sentia e Adriano Borges, uma “torre” (Borja) de fazeres e experiências de tempos, através da arte. Parceiros de um pouso alegre e cheio de cores.

E pensando nisso, esse nome Borja... 

Esse significado “torre” foi rodeado por CASTELOS MEDIEVAIS e a magia do EGITO nas observações de Vânia e Bebeto.

Esse universo esplendoroso não nos veio ao acaso, nem por desenho despretensioso. Foi através da vida que deu à Escola, uma obra na vida da gente que ilumina a magia da criação de personagens, planetas e outros elementos criativos que transcendem os padrões impostos pelas grades curriculares.

E continuamos nosso passeio pelo “Reino do Raul”, numa leitura fácil e próxima do público em imagens de significado... Encontramos a exposição de uma CULTURA INDÍGENA ao rebento do Professor Rodrigo. Não só pelas metáforas, mas o que sinaliza e simboliza este universo em nossa formação de brasileiros e sonhadores. O povo indígena que nos faz entender nosso planeta em outros olhos, sem preconceitos, sem classificações num trabalho modificado na linguagem do docente e seus estudantes mágicos.

Todos os personagens e elementos se ligavam à execução de três magias: Shirley, Cátia e Eliana, num PLANETÁRIO de sonhos e aventuras, numa linguagem a contribuir com  o mundo e cativando crianças.


Caminhávamos serenamente e dessa vez num mundo pedagógico de olhares múltiplos e parcerias plenas. Planetas solidários, irrestritos, um lugar de relações mútuas e sábias. O PLANETA DO LIBRÁRIO, embaralhando nossas memórias e construindo histórias. Um  jogo  em sinais de Libras e as palavras em Português sinalizava através das comandantes Nadir, Janaína, Simone, Eddia e Cláudia que deveríamos pousar num aprendizado divertido e estreitar os laços.

Um dia de exemplo para todos em assuntos tomados na pauta como: Tolerância, valorização, vícios, manias, o amor ao próximo e em si mesmo, “O Setembro Amarelo”. Bárbara e Eliana colocou esse tema em tempo: “Suicídio Juvenil”.

Nossa Escola se transformou em várias mãos e outras a pegar pelo comando daquele avião cheio de saberes, experiências, histórias facilmente assimiláveis e valores apresentando a importância da formação humana e não somente em conteúdo pregado na parede.



Ao longo de nossa viagem, bons fluidos eram recolhidos pelo caminho, sem artimanhas e mais delongas. Conectados a magia do dia, “OS TALENTOS DO RAUL” dosados em pequenas e pequenos, adultos, crianças, adolescentes...

Captamos a ternura de todos os príncipes e princesas, pelo Rock, Pop, MPB, Regional, Funk, Reggae... Um corpo docente se afinando como flores sob os mais diversos planetas em todas as cores e sentidos.

Cada página daquele dia ia nos sobrepondo dentro de um universo que pode ser criado, até que num dado momento nosso planeta maior foi descendo devagarinho, bem no centro da quadra de esportes, a nos cumprimentar e assistir cada pedacinho de nós mesmos a flutuar numa história vibrante, alada, totalmente livres.

Nossos corações aguentariam?

_ “Você está ansioso?”

- “Não, estou feliz!”

- "Ah! Estar feliz é muito bom!"

Nem sentia mais furar os dedos e como pulsavam as veias, a pressão era outra: “Estávamos vivendo um sonho real”.  Professores e alunos do Curso de Enfermagem da “UNINCOR – BETIM” nos tratou na MEDIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL E GLICEMIA, contudo sentindo nossa vibração e viajando junto vendo da janela de seu tempo um momento presente que se fazia eterno e cheio de saúde.


V I V A   R A U L !    E N C A N T A   R A U L!

2 comentários:

  1. Parabéns Lazaro. O seu texto ilustrou tudo que aconteceu.Foi mágico. Lindo!

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    1. O valor dessa equipe do Raul Saraiva brilha em quatro cantos. Todos são maravilhosos! Magia pura...

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