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"E um avião caiu no centro da Quadra de Esportes da Escola Raul Saraiva..." |
Segundo Paulo Freire, o
estudante precisa aprender a ler o mundo para poder transformá-lo. Em 30 de setembro de 2017,
na Escola Municipal Raul Saraiva Ribeiro, um piloto “caiu” com seu avião bem no
centro da quadra de esportes.
Crianças de todas as cores e robustas de culturas
diversas foram encontradas ali, vívidas e envolventes. Estas crianças não vinham de
um planeta distante, é que a gente pisa em cima dele o tempo todo e quase não
tem tempo de perceber a magnitude de seus talentos. Mas o "RAUL” arruma
tempo... Que tempo proveitoso e indescritível!
Em nosso tempo de
convivência com aquele “piloto” repensamos sobre o valor do artista e nos enveredamos
nas diferenças de cada um com seus valores e o sentido que manifestam pela
vida.
Que dia mágico, sensível,
comovente... Um ambiente de trabalho formal? Que nada! Estávamos todos
envolvidos numa literatura universal de uma releitura colaborativa, coletiva...
Como não voltar pra casa feliz?
A Escola transbordava
sentimentos, não havia adulto que não se comovesse! Contudo, o célebre piloto do
avião se aportou em seu espaço da quadra e também foi descrevendo sua alma,
seus romances, suas guerras, suas viagens... E a comunidade escolar se
emocionando e aprendendo junto.
Não foi no deserto, não teve
pane, nosso pouso não foi forçado, mas o reino era de verdade, esbaldado de
pequenas princesas e príncipes de todo tamanho.
O piloto se manteve acordado
o tempo todo e aqueles príncipes e princesas
desenharam, pintaram e, consequentemente, somando ao trabalhado “denso
de amor” de Éden, Ana Paula e Adriana, deram vida à releitura de obras de
artistas renomados de nosso universo.
Quando a gente via cada tela
da “VERNISSAGE” - RELEITURA DE MAURÍCIO
DE SOUZA iluminando o “auditório” de nossa Escola sentíamos como um piloto a
conhecer melhor aqueles pequenos na busca de um entendimento de como chegaram e
de onde vieram.
Fomos viajando outros
planetas até alcançar perto da pracinha, próxima a quadra, um “RELÓGIO SOLAR” e
uma professora agarrada em sua rosa naquela aventura de fazer-nos sentir
vaidosos, em transido, como homens de negócio, como geógrafos a escrever a
Terra, acendendo nossas lamparinas e guiados por um clarão de sabedoria e
vontade de voar.
Ao lado da Biblioteca, a
Krisnna abrindo interesse pelo planeta disposto em paisagens e costurando o “Reino
de Maurício de Souza”.
A magia de todo aquele
trabalho fez-nos entender o movimento de estrelas que se transformavam em cobra,
raposa... E nosso piloto não se esgotava, a água que caía sobre o teto também
lambia nossas cabeças, muito mais que oito dias a nos virar dosando o tempo e
eternizando o prazer da vida.
Ah! “ O Reino Encantado de
Raul” naquele dia, não foi preciso exigir de cada um o que poderia dar. A
autoridade de seus talentos bebia na razão e se transportava em sentimentos de
ordenar trabalhos, a navegar em saberes, numa onda de TERAPIA DE CORES para maiores. Fomos afogando no mar de Marlon e Lorena com
o direito de exigir obediência de nossas sensações de pintar o mundo sonoro.
O coletivo dessa Escola
consegue surpreender e revolucionar a leitura do dia, da noite, de um tempo em
que o Estado busca personagens, ironicamente nosso planeta inundado de
criações.
A criação de um personagem na
releitura através do TEATRO DE RUA por pequenas princesas e príncipes do
planeta da manhã, e o planeta da tarde respondendo a esta luminosidade através
do MUSICAL – “O Pequeno Príncipe no Reino de Maurício de Souza”.
Robby Love conseguia através
de seu próprio nome expressar tudo que sentia e Adriano Borges, uma “torre”
(Borja) de fazeres e experiências de tempos, através da arte. Parceiros de um
pouso alegre e cheio de cores.
E pensando nisso, esse nome
Borja...
Esse significado “torre” foi rodeado por CASTELOS MEDIEVAIS e a magia
do EGITO nas observações de Vânia e Bebeto.
Esse universo esplendoroso
não nos veio ao acaso, nem por desenho despretensioso. Foi através da vida que
deu à Escola, uma obra na vida da gente que ilumina a magia da criação de
personagens, planetas e outros elementos criativos que transcendem os padrões
impostos pelas grades curriculares.
E continuamos nosso passeio
pelo “Reino do Raul”, numa leitura fácil e próxima do público em imagens de significado...
Encontramos a exposição de uma CULTURA INDÍGENA ao rebento do Professor
Rodrigo. Não só pelas metáforas, mas o que sinaliza e simboliza este universo
em nossa formação de brasileiros e sonhadores. O povo indígena que nos faz
entender nosso planeta em outros olhos, sem preconceitos, sem classificações
num trabalho modificado na linguagem do docente e seus estudantes mágicos.
Todos os personagens e
elementos se ligavam à execução de três magias: Shirley, Cátia e Eliana, num
PLANETÁRIO de sonhos e aventuras, numa linguagem a contribuir com o mundo e cativando crianças.
Caminhávamos serenamente e
dessa vez num mundo pedagógico de olhares múltiplos e parcerias plenas.
Planetas solidários, irrestritos, um lugar de relações mútuas e sábias. O
PLANETA DO LIBRÁRIO, embaralhando nossas memórias e construindo histórias. Um jogo em
sinais de Libras e as palavras em Português sinalizava através das comandantes
Nadir, Janaína, Simone, Eddia e Cláudia que deveríamos pousar num aprendizado divertido
e estreitar os laços.
Um dia de exemplo para todos
em assuntos tomados na pauta como: Tolerância, valorização, vícios, manias, o
amor ao próximo e em si mesmo, “O Setembro Amarelo”. Bárbara e Eliana colocou
esse tema em tempo: “Suicídio Juvenil”.
Nossa Escola se transformou em
várias mãos e outras a pegar pelo comando daquele avião cheio de saberes,
experiências, histórias facilmente assimiláveis e valores apresentando a importância
da formação humana e não somente em conteúdo pregado na parede.
Ao longo de nossa viagem, bons
fluidos eram recolhidos pelo caminho, sem artimanhas e mais delongas.
Conectados a magia do dia, “OS TALENTOS DO RAUL” dosados em pequenas e pequenos,
adultos, crianças, adolescentes...
Captamos a ternura de todos
os príncipes e princesas, pelo Rock, Pop, MPB, Regional, Funk, Reggae... Um
corpo docente se afinando como flores sob os mais diversos planetas em todas as
cores e sentidos.
Cada página daquele dia ia
nos sobrepondo dentro de um universo que pode ser criado, até que num dado
momento nosso planeta maior foi descendo devagarinho, bem no centro da quadra
de esportes, a nos cumprimentar e assistir cada pedacinho de nós mesmos a
flutuar numa história vibrante, alada, totalmente livres.
Nossos corações aguentariam?
_ “Você está ansioso?”
- “Não, estou feliz!”
- "Ah! Estar feliz é muito
bom!"
Nem sentia mais furar os
dedos e como pulsavam as veias, a pressão era outra: “Estávamos vivendo um
sonho real”. Professores e alunos do Curso
de Enfermagem da “UNINCOR – BETIM” nos tratou na MEDIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL E
GLICEMIA, contudo sentindo nossa vibração e viajando junto vendo da janela de
seu tempo um momento presente que se fazia eterno e cheio de saúde.
V I V A R A U L ! E N C A N T A R A U L!
Parabéns Lazaro. O seu texto ilustrou tudo que aconteceu.Foi mágico. Lindo!
ResponderExcluirO valor dessa equipe do Raul Saraiva brilha em quatro cantos. Todos são maravilhosos! Magia pura...
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