O projeto Valorize-se da aluna Mariana Alves Caxito (9ºA) junto com o
trabalho do Dr. Ricardo Shigeru e a Direção da Escola Raul Saraiva Ribeiro (
Juliana Silva e Juliana Melo) incentivam a melhora da autoestima dos alunos da
Escola e minimizam os impactos que sofrem as vítimas de bullying.
![]() |
Dr. Shigero, a estudante Mariana à direita e suas colegas do nono ano. |
Neste dia 16 de agosto na Escola Raul
Saraiva, Dr Ricardo Shigeru fez uma explanação de sua história de vida e falou
de casos de adolescentes que partilham em consulta sobre a automutilação. Estes
adolescentes admitem que praticam a automutilação há algum tempo e os pais nem
sempre são os primeiros a saberem dos ocorridos.
Os praticantes da automutilação se
sentem mais à vontade para falar com os
seus pares, daí a necessidade que viu Mariana Alves Caxito de procurar a
direção da escola e tratar do assunto com mais importância, segundo a aluna foi
uma palestra gratificante.
Shigeru dizia, que é muito
importante os pais estarem sempre próximos e dialogando com os filhos, tomado
conhecimento do que lhes afligem.
Na maioria das vezes os pais por não
terem identificado sinais de alarme ou muito menos percebido a prática estranha
dos filhos não agem como deveriam. Os adolescentes escondem as feridas, usando
blusas de mangas compridas. Há casos em que os pais ficando muito assustados e chegam
a agredir os filhos achando que aquilo é uma espécie de chamar atenção, “de
querer aparecer, simplesmente”!
A dor desses adolescentes,
segundo Shigeru é muito grande. Começam roendo unhas, comendo a ponta dos
dedos, arrancando cabelos, cortando os pulsos e em casos extremos tentam
suicídio, chegando a consumação de fato.
Doutor Shigeru durante todo
diálogo falava das orientações que acalmam a angústia, e possibilita o apoio
adequado ao adolescente que passa por este tipo de problema.
No final da palestra foi aberta às
indagações dos alunos, onde apareceram vários questionamentos que incomodavam
os estudantes da Escola. Dr. Shigeru esclareceu que pode também ser uma “espécie
de “moda”, quando alguém no grupo experimenta fazer este tipo de prática e é
seguido por outros alunos, mas de tudo não pode ser banalizada a ação, sendo
que um especialista é que deve fazer o diagnóstico.
Uma experiência muito dolorosa, todavia,
a maioria dos adolescentes acabam por interromper o comportamento quando vão
chegando à maturidade. Mas, é muito importante que se a automutilação persiste,
é porque o adolescente está passando por algum tipo de sofrimento emocional, o qual busca o corpo como resposta.
Quando há um diálogo responsável com
o adolescente sobre a sua relação com as emoções, este adquire confiança em
quem está intermediando e de repente o processo de tratamento começa a se
desenvolver com êxito.
Os pais quando descobrirem que
este tipo de prática está acontecendo com seus filhos, o Dr. Shigero aconselha
que os mesmos não reajam com pânico e desorientação, se isso ocorre pode
agravar a situação ainda mais por causar um desconforto maior no adolescente.
Pedir apenas para os filhos pararem
de praticar a automutilação não vai resolver o problema, ressalta o doutor
Ricardo, somente terá efeito quando for tratado com muito amor e mostrar que
está do lado dele. Deve-se adotar uma postura de escuta e mostrar-se disponível
ao jovem em relação ao que está sentindo naquele momento. Simultaneamente deve-se encaminhar o
adolescente a um especialista para que comece a se fazer um trabalho de forma a
mostrar interesse pelo que pensa e sente, abrindo espaço permanente para o diálogo. É muito
importante que o adolescente se sinta seguro e confiante nas rotinas da família
e que tenha aceitação com seus pares na escola.
![]() |
Vice Diretora Juliana Melo, Dr. Ricardo Shigero e a Diretora Juliana Silva. |
Foi um dia de acolhida, de
conhecimentos novos e uma troca de experiência agradável através da história de
vida do Dr. Ricardo Shigero e seus esclarecimento de um tema que tem nos
preocupado na rotina de nossos trabalhos na Escola.
A Direção agradece Dr. Ricardo Shigero,
a participação da Aluna Mariana Alves Caxito, dos estudantes e todos os
funcionários que contribuíram muito para que o evento fosse sucesso absoluto!
ESTRELAS DO MAR
Lázaro Mariano – 18/18/2019
Foi durante a adolescência,
Que um turbilhão lhe invadia,
A tocar sua paciência,
As descobertas que fazia,
Uma passagem difícil,
Complicada, um suplício,
E tudo lhe acentuava,
Padrão de beleza imposto,
Começou a questionar gosto,
Vendo que tudo mudava.
Alguns fazendo piadas,
Outra “leve” brincadeira,
Um esconforto do “nada”,
A lhe travar a esteira,
Os apelidos e trotes,
E mais algo que desgoste,
Em provocações extremas,
A viver este dilema,
Não se sentia mais forte,
Convivendo com o problema.
Um quadro melancólico,
A colocou em perigo,
Vivendo momentos sórdidos,
Até tentar um suicídio,
Não tinha nenhum motivo,
Pra fazer um morto vivo,
Aquelas pessoas más,
Assim que mudou de vez,
Esse caminho se desfez,
Do lugar que agora está.
Seguiu então sua vida,
Deixando a triste memória,
Colocou-se bem servida,
Contando a própria história,
Trabalhou com a coragem,
Quando fez de sua bagagem,
A vida de um imigrante,
Depois da segunda guerra,
Mudou para outras terras,
A levar vida humilhante.
Quando começou a falar,
Foi o que aprendeu em casa,
Não era a língua do lugar,
E foi se metendo em brasa,
Em sua primeira infância,
O menino de outra instância,
Em busca do eldorado,
Achou muito diferente,
Onde de tudo era ausente,
Do lugar de seu passado.
O porquê de sua cultura,
Foi deixando incomodado,
Vivendo pura amargura,
Por ser tanto achincalhado,
Mas, uma mãe muito forte,
Foi quem lhe deu um suporte,
Junto com seu velho pai,
Até que passando um tempo,
Foi que viveu um tormento,
De quem se espera jamais.
Por toda dificuldade,
De sua adaptação,
Quando saiu da cidade,
Para os confins do sertão,
E foi chamado de burro,
Por professor muito turro,
Por causa de avaliação,
Mas quando chegou em casa,
A força que lhe deu asa,
Fez aprender a lição:
Nunca acreditar em mentira,
Trabalhar sempre com a verdade,
Deixar bem de lado a ira,
E viver sem vaidade,
Ter um sonho e objetivo,
Desde o tempo de menino,
Que a vida segue em frente,
Um garoto ainda pequeno,
Ouviu com as unhas roendo,
Mesmo assim deu por contente.
Era a mãe mais uma vez,
Com uma presença impecável,
E da forma com que fez,
Foi crescendo confiável,
Até que um certo dia,
Pela luz que lhe alumia,
Chegou a oportunidade,
Ganhou uma bolsa e se foi,
E não deixou pra depois,
Aquela possibilidade.
De tudo para dar errado,
Contrariou paradigmas,
De garoto pobre e coitado,
Muito humilde, a família,
Sem teto, sem alimento,
Sem roupa de aquecimento,
Sem perspectivas ao futuro,
Sobreviveu à pobreza,
Superou tanta tristeza,
Em meio à falta de tudo.
Sem ter muito o que fazer,
Naquele sertão tão pobre,
Se castigava pra comer,
Mas a família era nobre,
Do amor que oferecia,
Era com o que sempre erguia,
Revelando outros destinos,
E foi estudar noutras bandas,
Foi assim que viu varandas,
E um progresso paulatino.
Viagem muito sofrida,
Foi que viu televisão,
O lugar que lhe deu feridas,
Também foi quem deu a mão,
Não esqueceu do passado,
Mas lutou por resultado,
Chegando à graduação,
Lembrou muito bem guardado,
De um dia ter escutado,
Sobre uma tal mutilação.
Assunto banalizado,
Poucos que dão atenção,
Às vezes marginalizado,
Mas foi pela educação,
Formou-se especialista,
E trouxe em sua conquista,
A adolescente de outrora,
Do turbilhão que um dia,
Trouxe pra ela agonia,
É novo projeto agora.
Os dois seguem rumo afora,
Andando à beira do mar,
Não precisa ser na hora,
Tem tempo para chegar,
O autoconhecimento,
Não precisa de lamento,
Pra poder se transformar,
De um lado a ativista,
De outro o especialista,
Jogando estrelas ao mar.
VERÃO
Monika Luniak
ESTRELAS DO MAR
Lázaro Mariano – 18/18/2019
Foi durante a adolescência,
Que um turbilhão lhe invadia,
A tocar sua paciência,
As descobertas que fazia,
Uma passagem difícil,
Complicada, um suplício,
E tudo lhe acentuava,
Padrão de beleza imposto,
Começou a questionar gosto,
Vendo que tudo mudava.
Alguns fazendo piadas,
Outra “leve” brincadeira,
Um esconforto do “nada”,
A lhe travar a esteira,
Os apelidos e trotes,
E mais algo que desgoste,
Em provocações extremas,
A viver este dilema,
Não se sentia mais forte,
Convivendo com o problema.
Um quadro melancólico,
A colocou em perigo,
Vivendo momentos sórdidos,
Até tentar um suicídio,
Não tinha nenhum motivo,
Pra fazer um morto vivo,
Aquelas pessoas más,
Assim que mudou de vez,
Esse caminho se desfez,
Do lugar que agora está.
Seguiu então sua vida,
Deixando a triste memória,
Colocou-se bem servida,
Contando a própria história,
Trabalhou com a coragem,
Quando fez de sua bagagem,
A vida de um imigrante,
Depois da segunda guerra,
Mudou para outras terras,
A levar vida humilhante.
Quando começou a falar,
Foi o que aprendeu em casa,
Não era a língua do lugar,
E foi se metendo em brasa,
Em sua primeira infância,
O menino de outra instância,
Em busca do eldorado,
Achou muito diferente,
Onde de tudo era ausente,
Do lugar de seu passado.
O porquê de sua cultura,
Foi deixando incomodado,
Vivendo pura amargura,
Por ser tanto achincalhado,
Mas, uma mãe muito forte,
Foi quem lhe deu um suporte,
Junto com seu velho pai,
Até que passando um tempo,
Foi que viveu um tormento,
De quem se espera jamais.
Por toda dificuldade,
De sua adaptação,
Quando saiu da cidade,
Para os confins do sertão,
E foi chamado de burro,
Por professor muito turro,
Por causa de avaliação,
Mas quando chegou em casa,
A força que lhe deu asa,
Fez aprender a lição:
Nunca acreditar em mentira,
Trabalhar sempre com a verdade,
Deixar bem de lado a ira,
E viver sem vaidade,
Ter um sonho e objetivo,
Desde o tempo de menino,
Que a vida segue em frente,
Um garoto ainda pequeno,
Ouviu com as unhas roendo,
Mesmo assim deu por contente.
Era a mãe mais uma vez,
Com uma presença impecável,
E da forma com que fez,
Foi crescendo confiável,
Até que um certo dia,
Pela luz que lhe alumia,
Chegou a oportunidade,
Ganhou uma bolsa e se foi,
E não deixou pra depois,
Aquela possibilidade.
De tudo para dar errado,
Contrariou paradigmas,
De garoto pobre e coitado,
Muito humilde, a família,
Sem teto, sem alimento,
Sem roupa de aquecimento,
Sem perspectivas ao futuro,
Sobreviveu à pobreza,
Superou tanta tristeza,
Em meio à falta de tudo.
Sem ter muito o que fazer,
Naquele sertão tão pobre,
Se castigava pra comer,
Mas a família era nobre,
Do amor que oferecia,
Era com o que sempre erguia,
Revelando outros destinos,
E foi estudar noutras bandas,
Foi assim que viu varandas,
E um progresso paulatino.
Viagem muito sofrida,
Foi que viu televisão,
O lugar que lhe deu feridas,
Também foi quem deu a mão,
Não esqueceu do passado,
Mas lutou por resultado,
Chegando à graduação,
Lembrou muito bem guardado,
De um dia ter escutado,
Sobre uma tal mutilação.
Assunto banalizado,
Poucos que dão atenção,
Às vezes marginalizado,
Mas foi pela educação,
Formou-se especialista,
E trouxe em sua conquista,
A adolescente de outrora,
Do turbilhão que um dia,
Trouxe pra ela agonia,
É novo projeto agora.
Os dois seguem rumo afora,
Andando à beira do mar,
Não precisa ser na hora,
Tem tempo para chegar,
O autoconhecimento,
Não precisa de lamento,
Pra poder se transformar,
De um lado a ativista,
De outro o especialista,
Jogando estrelas ao mar.
VERÃO
Monika Luniak
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